quarta-feira, 6 de julho de 2011

Hoje é dia de... musical

Temos falado sobre o musical A Volta do Malandro, do grupo de arte Alina Lamparina, que vai ser encenado em Brusque no próximo final de semana. Mas faltava uma conversa com seu diretor, Rodrigo Vechi. Só que, com a correria das vésperas das apresentações - ainda mais com a precisão
trabalhosa que marca todas as produções do grupo, a conversa será mais indireta, através de retalhos do texto que ele escreveu para o programa do espetáculo.



A origem

Eu não lembro bem como foi que descobri que existia uma Ópera do Malandro, mas certamente foi no tempo em que comecei a me aprofundar na obra do Chico Buarque – e isso foi muito cedo. Foi muito apaixonante saber que canções que eu adorava ficavam ainda mais interessantes dentro de um contexto, de um enredo, servindo pra desenvolver a história ou ilustrar as cenas.

Em 2003, numa oficina de montagem de espetáculo dentro do Festival de Música de Itajaí, com a professora Regina Lucatto, montamos a Ópera do Malandro. Naquela ocasião, eu me determinei a montar aquela peça com meu grupo – o que veio a acontecer no ano seguinte.

A primeira montagem

Esbarrei em alguns percalços: não tinha rapazes no grupo além de mim e dos músicos e não havia como montar aquela peça sem os personagens masculinos, de forma que acabei fazendo uma gambiarra onde as meninas do coro se revezavam nos papéis e os meninos... bem, estes estavam por vir.

Os anos passaram, o grupo ficou mais consistente, a rapaziada topou e achei que estava na hora de resolver aquela antiga pendência: apresentar ao nosso respeitável público as canções do Chico dentro do contexto em que foram escritas.

Peça ou filme?

Parti então para a adaptação do roteiro e surgiu um outro porém: eu tinha o livro com o texto da peça, montada em 1979, e tinha o filme, gravado em 1985 com Edson Celulari no papel principal. E a peça é completamente diferente do filme, desde os nomes até os destinos dos personagens.

Eu tinha que escolher um caminho e achei por bem jogar uma moeda pra cada santo. Peguei um pouco de um, um pouco do outro, incluí músicas que não faziam parte de nenhum dos dois e tratei – eu mesmo – de dar um sentido àquilo tudo, donde nasceu A Volta do Malandro, um roteiro meu inspirado na peça e no filme Ópera do Malandro.


O que esperar?

Assim, posso dizer que este musical é fruto de uma vontade muito grande de vê-lo encenado, muitas vezes imaginado antes de se consumar. Talvez por isso ele tenha uma vantagem em relação aos outros e uma chance maior de agradar. A cada ensaio, me comovi com a entrega do grupo, com a densidade dos personagens, com a paixão que se criou em cada um deste elenco por causa da minha paixão por essa peça.

Eu deveria terminar torcendo pra que vocês gostem, mas vou ser um pouco mais pretensioso e dizer que tenho certeza que vão adorar. Palavra de homem!





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